Em 2005 eu escrevi um texto para meu blog com o título, "eu sou uma borboleta de cores inimagináveis". Resolvi fazer uma layout com este texto que explica muito bem o que eu estava passando nesta época e porque eu era uma borboleta de cores inimagináveis.
O texto segue abaixo, escrito em maio/2005:
Faço tudo para parecer e, às vezes, até me convenço de que se trata de ferida cicatrizada, mas não é, e vejo em mim o sangue a jorrar. Faço tudo para não respingar em ninguém e, por não verem, todos se convencem do que conscientemente quero. Porém, sou uma complicada soma de nuances que deseja para depois não mais desejar; que ama, para logo mais odiar e mais um pouquinho a frente amar. Queria ter uma cor única por toda a minha vida, mas fui criada assim, de tantas cores. Talvez porque eu venha de tantas formas e vidas que não poderia virar uma borboleta normal. Eu não sou comum.
Uma noite estava contente, aquela pequena felicidade por ter outras lindas borboletas ao meu lado e estar em paz. Naquele momento eu podia escolher qualquer coisa, voar para onde quiser. Ninguém poderia me deter, além de mim mesma. Entretanto, esta mesma liberdade entristeceu-me e amanheci quieta, voando baixo. Comecei a achar que borboletas não podem andar tão alto. A tarde logo chegou, e por conseguir voar tão alto, esqueci-me logo de minha tristeza e pude seguir a vida com mais cor. Este mudar de cores aborreceu-me, pois logo depois uma nova cor chegou.
Ele quis saber por que eu não podia ser uma borboleta azul, ou rosa, ou amarela, ou preta. Infelizmente, não deves tentar descobrir a química de que sou feita, esta que me faz mudar constantemente de cor. Muitos já tentaram, mas ela é cheia de sutilezas. Não penses que sou uma inofensiva borboleta sem cor, tenho todas as cores inimagináveis e este é meu encanto. Então, quando tuas mãos estão prestes a me esmagar, vôo logo a tua frente, faço a mudança de cor ali no ar e, encantado, desistes. Com a mão no ar e a boca seca, não tens coragem de me enterrares e me deixa voar alto porque acreditas que um dia, se quiseres, voltarei. Será mesmo que volto? Pois devo lembrar que sou uma borboleta com cores inimagináveis e um dia descobrirei a cor para longe de ti viver.
Aqui uns detalhes da página:
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